quinta-feira, 29 de março de 2012

I'M BACK BITCHES!

Eu finalmente lembrei a maldita senha do blog! kk 
 anh, só postando a coisinha de filosofia, eu vou falar amanha com sérgio e perguntar se teria como a gente entregar na quarta! 

Thai.


REFLEXÕES EM FILOSOFIA

ANÁLISE DO FILME MATRIX - Sobre subjetividade e condição humana

- Sobre subjetividade e ciência

1. Registre três palavras que sintetizam para você o conceito de subjetividade

2. O que é subjetividade? Dê exemplos.

3. Realidade - objetividade - verdade. Sobre o mundo e eu, o filme problematiza:
O mundo - simulação neuro-interativa
O real - simplesmente sinais neuro-cinéticos
O eu - auto-imagem residual é o eu virtual - digital
Comente
4. A realidade é objetiva? Que realidade? Aquela do espaço-tempo? Para quem ela é objetiva?
5. Interprete: não tente entortar a colher, apenas tente ver a verdade: que a 

colher não existe, quem entorta é você!

6. Cypher comentou: por que eu não tomei a pilula azul?! Realmente, por que não 

permanecer sonhando? A ignorância é ou não é maravilhosa?

7. Você já ouviu falar em ideologia, inconsciente, estruturas socioculturais? Estas coisas 

tornam a realidade mais ou menos objetiva?

terça-feira, 27 de março de 2012

Nossas vidas no futuro

Sempre que eu tô sem sem nada pra fazer eu leio crônicas de Veríssimo, e essa daqui é ótima. Sério, Veríssimo é o cara *_____*
kkk, eu só consigo imaginar Casado e Alice nessa situação :p

Um telefone toca num fim de tarde, começo de noite . . .

* Alô?
* Pronto.
Ele: - Voz estranha... Gripada?
Ela: - Faringite.
Ele: - Deve ser o sereno. No mínimo tá saindo todas as noites pra badalar.
Ela: - E se estivesse? Algum problema?
Ele: - Não, imagina! Agora, você é uma mulher livre.
Ela: - E você? Sua voz também está diferente. Faringite?
Ele: - Constipado.
Ela: - Constipado? Você nunca usou esta palavra na vida.
Ele: - A gente aprende.
Ela: - Tá vendo? A separação serviu para alguma coisa.
Ele: - Viver sozinho é bom. A gente cresce.
Ela: - Você sempre viveu sozinho. Até quando casado só fez o que quis.
Ele: - Maldade sua, pois deixei de lado várias coisas quando a gente se casou.
Ela: - Evidente! Só faltava você continuar rebolando nas discotecas com as amigas.
Ele: - Já você não abriu mão de nada. Não deixou de ver novela, passear no shopping,
comprar jóias, conversar ao telefone com as amigas durante horas.

. . . Silêncio . . .

Ela: - Comprar jóias? De onde você tirou essa idéia? A única coisa que comprei
em quinze anos de casamento foi um par de brincos.
Ele: - Quinze anos? Pensei que fosse bem menos.
Ela: - A memória dos homens é um caso de polícia!
Ele: - Mas conversar com as amigas no telefone ...
Ela: - Solidão, meu caro, cansaço ... Trabalhar fora, cuidar das crianças e ainda
preparar o jantar para o HERÓI que chega à noite... Convenhamos, não chega a
ser uma roda-gigante de emoções ...
Ele: - Você nunca reclamou disso.
Ela: - E você me perguntou alguma vez?
Ele: - Lá vem você de novo... As poucas coisas que eu achava que estavam certas...
Isso também era errado!?
Ela: - Evidente, a gente não conversava nunca ...
Ele: - Faltou diálogo, é isso? Na hora, ninguém fala nada. Aparece um impasse e
as mulheres não reclamam. Depois, dizem que Faltou diálogo.
As mulheres são de Marte !
Ela: - E vocês são de Saturno!

. . . Silêncio . . .

Ele: - E aí, como vai a vida?
Ela: - Nunca estive tão bem. Livre para pensar, ninguém pra Me dizer o que devo fazer ...
Ele: - E isso é bom?
Ela: - Pense o que quiser, mas quinze anos de jornada são de enlouquecer qualquer uma.
Ele: - Eu nunca fui autoritário!
Ela: - Também nunca foi compreensivo!
Ele: - Jamais dei a entender que era perfeito. Tenho minhas limitações como qualquer
mortal ...
Ela: - Limitado e omisso como qualquer mortal.
Ele: - Você nunca foi irônica.
Ela: - Isso a gente aprende também.
Ele: - Eu sempre te apoiei.
Ela: - Lógico. Se não me engano foi no segundo mês de casamento que você lavou a
única louça da tua vida. Um apoio inestimável ... Sinceramente, eu não sei o
que faria sem você? Ou você acha que fazer vinte caipirinhas numa tarde para um
bando de marmanjos que assistem ao jogo da Copa do Mundo era realmente
o meu grande objetivo na vida ?
Ele: - Do que você está falando?
Ela: - Ah, não lembra?
Ele: - Ana, eu detesto futebol.
Ela: - Ana!? Esqueceu meu nome também? Alexandre, você ficou louco?
Ele: - Alexandre? Meu nome é Ronaldo!

. . . Silêncio . . .

Ele: - De onde está falando?
Ela: - 2578 9922
Ele: - Não é o 2578 9222?
Ela: - Não.
Ele: - Ah, desculpe, foi engano.

Depois de um tempo ambos caem na gargalhada.

Ele: Quer dizer que você faz uma ótima caipirinha, hein?
Ela: - Modéstia à parte... Mas não gosto, prefiro vinho tinto.
Ele: - Mesmo? Vinho é a minha bebida preferida!
Ela: - E detesta futebol?
Ele: - Deus me livre... 22 caras correndo atrás de uma bola... Acho ridículo!
Ela: - Bem, você me dá licença, mas eu vou preparar o jantar.
Ele: - Que pena... O meu já está pronto. Risoto, minha especialidade!
Ela: - Mentira! É o meu prato predileto...
Ele: - Mesmo! Bem, a porção dá pra dois, e estou abrindo um Chianti também.
Você não gostaria de...
Ela: - Adoraria!

Ele dá o endereço.

... CUIDADO COM AS LINHAS CRUZADAS ...

segunda-feira, 26 de março de 2012

Tirinha nova- por Bruna Siqueira


Essa tirinha foi feita por BRUNA SIQUEIRA (Viu, Danilo, não vou plagiar ¬¬'), mas como ela não tem conta, tô colocando aqui. PS. O carinha que fala de Tarso é Danilo. #rimuito


#rimuito - Eu voto para que Bruna fique com as tirinhas, já que estou muito ocupado com a novela, que por sinal, apesar de faltar um mês para estrear a segunda temporada, já está sendo feita;

quinta-feira, 22 de março de 2012

Sociedades

Bom, já temos nossos GT's que estão aí para nos ajudar. Aliás, quero falar com meu GT sobre os problemas da sala em que estamos. Nas nossas propostas para o 1º ano A [que estão lá no Mural e também aquió], vocês devem ter percebido que lá no final tem um tópico sobre "Formação de Sociedades". Leiam na íntegra:

"Formação de “Sociedades” que fazem parte da Representância Cultural e que têm o papel de inserir os alunos numa transformação interna e consequentemente externa. Com o objetivo de que os estudantes se envolvam mais nas atividades da classe e do CAp e que o conhecimento seja maximizado. Qualquer um pode participar. As Sociedades são duas:
§  Sociedade de Artes – tem o papel de compartilhar no Mural, no TME [Blog Tá Todo Mundo Envolvido], no Facebook [Grupo TME] e oralmente dicas de músicas, livros, textos, filmes etc que complementem os estudos ou que sejam de interesse geral.
[A ser aprovado] No dia do Conselho de Classe, a Sala de Vídeo é utilizada para passar um filme escolhido pela turma. Esse projeto, além do lazer, tem o objetivo principal de trazer os alunos para o Conselho.
§  Sociedade de Eventos Especiais – tem o papel de organizar algum material para a celebração de aniversários, festas e feriados.
“Concursos” é um projeto que tem a finalidade de maximizar conhecimentos. Competições em classe sobre Conhecimentos Gerais, Melhor Texto, Melhor Imagem etc. Além de uma atividade prazerosa, auxilia o aluno com os assuntos então ministrados pelas Disciplinas."

Qual o problema? Precisamos de gente para compor as duas Sociedades e organizar os projetos, ideias e responsabilidades. Algumas pessoas já se voluntariaram, são elas:
- Breno, Mari, Luis, Thainá, Júlia para a SA
- Dani, Mari, Heitor, Luis, Júlia para a SEE

Quero a confirmação dessas pessoas e também a agregação de outras. É uma ideia nova que precisa da ajuda de todos para dar certo. PARTICIPEM!!

Filme no Conselho de Classe

Antes de tudo, nada está confirmado. Mas nós tivemos essa ideia no ano passado sobre um projeto para assistir filmes no dia do nosso Conselho. Tem até uma partezinha das nossas propostas lá no mural:


"[A ser aprovado] No dia do Conselho de Classe, a Sala de Vídeo é utilizada para passar um filme escolhido pela turma. Esse projeto, além do lazer, tem o objetivo principal de trazer os alunos para o Conselho."


Bom, votem na enquete ao lado sobre o gênero que você quer. É melhor fazer essa parte no blog porque só participa quem realmente está interessado. Quem não visita o blog regularmente [deveria], nós colocaremos no grupo do Facebook. 
Depois de escolher o gênero do filme, vamos escolher finalmente o filme. Essa votação será realizada na sala [provavelmente no intervalo, pelo mesmo motivo da enquete]. Quem quiser sugerir um filme, apresentará à sala seu enredo. Ao fim, votaremos no filme mais interessante.

Amanhã, Mari [Representante Cultural] e eu vamos falar com Érica [se ela estiver lá] para ser a nossa professora responsável. O filme será trazido por quem se voluntariar. NÃO DEIXEM PROFESSORES SUGERIREM FILMES.

Enfim, para que a ideia dê certo e se reproduza, é preciso da participação de todos vocês. Votem na enquete, compareçam a votação em sala de aula e venham para o Conselho de Classe.

Os Representantes.

quarta-feira, 21 de março de 2012

EPISÓDIO fINAL - NOVELA: TME! :D

GoAnimate.com: TME FINAL by Arthurcampos


A nossa série terminou :( Mas não fiquem triste, a segunda temporada virá mais divertida, emocionante e romântica (me aguarde, juh!). Espero que tenham gostado e aguardem, pois muitas aventuras ainda serão vivenciadas pelos "envolvidos" nas temporadas seguintes. :O

O enredo já está sendo feito, vocês verão como esta temporada vai ser um lixo perto da próxima! :D

Abraços do Digníssimo Arthur Campos, animador, gerenciador e web-dramaturgo do TME! :)

segunda-feira, 19 de março de 2012

Último Episódio TME


Bem, como vocês sabem, falta apenas 1 episódio para a novela mais assistida, mais adorada, mais magnífica e mais bem produzida que o Blog e o Mundo já viu! Infelizmente, ele terá que acabar! Este post serve para avisar que na Quarta, dia 21/03, pontualmente ás 5:30, será postado o ÚLTIMO EPISÓDIO DA NOVELA!.

Além disso, uma super notícia. Na quinta-feira, 22/03, na hora do almoço, haverá a aplicação de um teste para sabermos quem sabe mais DETALHADAMENTE sobre a novela. O Vencedor ganhará uma barra de chocolate (ou tablete, dependendo da minha condição financeira); Logo, assistam todos os episódios, decorem os MÍNIMOS DETALHES, pois com eles você pode ganhar uma barra de chocolate (ou tablete)!


Pelo Digníssimo (momento Luís) Arthur Campos Ferreira, da equipe do Blog e membro dos GT's.

*Para os desinformados, GT significa "grupo de trabalho", que foi inaugurado para ajudar os representantes quando necessário;

domingo, 18 de março de 2012

Coleção Para Leigos [for Dummies]


A Digníssima Ana Maria nos mostrou este livro na aula e nos indicou por que somos dummies [não vejam a tradução no Google Tradutor]. Bom, dummy quer dizer imbecil, burro, idiota. Mas enfim, algumas pessoas pediram para colocar as referências aqui no blog, mas [cof cof] eu fiz melhor. Fui pesquisar essa coleção na internet e achei uma efusão de livros chatos. É sério, tem livro pra tudo.
Esse é o site ó ó:
http://altabooks.tempsite.ws/index.php?serie=6&osCsid=0q1uadf0n0k1f2alcb9sqc0vh1

O livro de Química Orgânica custa R$ 59,90 em todas essas lojas:
Submarino
Livraria Saraiva
Livraria Cultura

Luis Borges
O Representante mais gostoso que vocês tiveram e nunca mais vão ter.

sábado, 17 de março de 2012

Hora do Planeta 2012


Quem já participou sabe que o que parece um pequeno e simples gesto possui repercussões mundiais, afetando todas as formas de vida na Terra. Quem não participou, junte-se nesse ano a uma das maiores iniciativas ecológicas do mundo.
Todos os anos, no dia 31 de março, a WWF organiza um evento em escala global que consiste em apagar as luzes de residências, empresas ou monumentos públicos por 60 minutos, das 20:30 às 21:30. Essa simples ação tem o objetivo de mobilizar o mundo quanto as mudanças climáticas, que geram o tão conhecido e discutido Aquecimento Global.
O que fazer durante 60 minutos sem luz elétrica, computadores, televisões, etc? Junte a família e os amigos. Jogos de tabuleiro com iluminação de velas ou lanternas são uma boa pedida, mas o melhor mesmo é olhar para o céu e ver estrelas em maior número e mais brilhantes, já que a iluminação mundial diminui neste período.
Bom, não importa o que você vai fazer, o que importa é a sua participação e sua contribuição para o bem do nosso planeta Terra, e consequentemente o seu.

HORA DO PLANETA 2012. NÓS PODEMOS. NÓS VAMOS. E VOCÊ VAI?
SÁBADO, 31 DE MARÇO - 20h30
#Para mais informações, visite o site da WWF Brasil:
http://www.wwf.org.br/participe/hora_do_planeta_2012/





Luis Borges,
Representante do 1º ano A de 2012.

Novela TME - Episódio 10 - A Verdade sobre...

GoAnimate.com: TME10 by Arthurcampos



Este é um dos últimos episódios, mas não se preocupem! Depois do fim da Novela TME, teremos uma novela extremamente melhor; Mas claro que, antes, me darei umas férias. Enfim, Assistam. E POR FAVOR, COMENTEM!

quinta-feira, 15 de março de 2012

Novela TME - Episódio 9 - A ofensiva!

GoAnimate.com: tme9 by Arthurcampos



O que nós menos esperávamos acontece!

PS. O fim da novela está chegando!

terça-feira, 13 de março de 2012

História: textos do blog de Natália

O tempo espelho da alma

Santo Agostinho repõe o tema do tempo em termos que conduzem o pensamento da exterioridade para a interioridade

TAGS: distensão da alma, dossiê, eternidade, medida do tempo, O que é tempo, Santo Agostinho

Cristiane Negreiros Abbud Ayoub

A abordagem do tempo na filosofia de Santo Agostinho (354–430) é, ainda hoje, referência necessária a todos os interessados nesse tema. Cabe, porém, observar que não se trata de uma questão com solução tranquila e imediata. Ao contrário, no texto clássico do livro XI das Confissões, o tempo é um enigma cujo estudo se dá por perguntas. Essas perguntas, aos poucos, afastam equívocos.

O que é o tempo? A questão não admite uma resposta direta. A dificuldade reside justamente no envolvimento do homem com o tempo, pois o homem também é temporal, mutável. Como, então, falar de algo do qual não se tem distância para avaliar? A resposta deve vir “sem se distanciar”, ou seja, a questão do tempo deve ser tratada como uma situação.

Assim, o tempo é próximo e familiar ao homem; contudo, a um simples questionamento sobre o que ele é, constata-se a ausência de resposta. Vive-se no tempo, mas sem saber o que ele é. Eis o entrave:

“O que é afinal o tempo? Quem o explicaria fácil e brevemente? Quem o captaria, ainda que apenas no pensamento, para proferir uma palavra sobre ele? Mas, ao falar, o que mencionamos que é mais familiar e conhecido do que o tempo? De algum modo, entendemos quando falamos do tempo, e também entendemos quando ouvimos outra pessoa falar dele. O que é, portanto, o tempo? Se ninguém me pergunta, sei; se eu quiser explicar a quem pergunta, não sei.” (Confissões XI).

Mas o tempo é algo. E como o homem sente e mede algo sem saber o que é? Por onde começar a investigá-lo? Para lidar com essa dificuldade, Agostinho propõe uma abordagem do tempo a partir da eternidade. O homem busca conhecer a eternidade divina; por isso, a investigação sobre a natureza do tempo é conduzida por contraste e semelhança com a eternidade.

A perspectiva da eternidade
Na primeira parte do livro XI das Confissões, Santo Agostinho procura esclarecimento na Verdade eterna para o que seria a eternidade, e um dos modos de obtê-lo é ler as escrituras sagradas. A eternidade é, então, identificada com o sempre presente Princípio (Gênesis 1,1), o Verbo de Deus, Mediador misericordioso, Verdade, Sabedoria, Criador de tudo e luz que brilha no íntimo do homem, falando-lhe intimamente. Trata-se, portanto, de um atributo divino: o eterno presente no qual Deus produz e sustenta todas as coisas.

Ora, para pensar o tempo, surge a seguinte questão: se o princípio eterno é anterior às criaturas (pois as fez), a eternidade seria anterior ao tempo? Sim e não. Não, se imaginarmos que a eternidade existia cronologicamente antes de o tempo ter sido criado. Essa resposta é descabida, pois reduz a eternidade ao curso do tempo e, temporizada, deixa de ser eternidade. Mas, sim, se aceitarmos que há uma anterioridade causal da eternidade divina, porque ela cria do nada todas as criaturas (inclusive o tempo).

Assim, a existência do tempo (e de todas as criaturas) depende da eternidade. A eternidade, então, oferece um parâmetro inequívoco para pensar o tempo. Ou seja, para Agostinho, a meditação sobre o tempo parte do contato humano com a eternidade. O parâmetro do processo de investigação é a Verdade eterna, que sempre ilumina a interioridade do homem. Ao mesmo tempo, a eternidade é descoberta em contraposição ao tempo; ela é o que o tempo não é.

Tempo e presença interior
Se o homem sente e mede o tempo, este é uma criatura. Diante da dificuldade de definir o tempo, porém, a questão é deslocada para sua sensação e medição, ou seja, para a relação da alma com ele. Com efeito, o homem sente o tempo passando: vem do futuro, atravessa o presente e torna-se passado. No entanto, ele é fugidio: basta tentar reter a existência presente do tempo e ele escoa para o passado, que já não existe. Isso indica que apenas um átimo (momento indivisível) pode ser presente.

Ora, se o tempo é tão fugidio, como explicar o fato de que contamos, comparamos e atribuímos duração aos tempos? Como falarmos de acontecimentos futuros e passados? Esses acontecimentos, que não existem na realidade (porque o que já passou não mais existe, e o que ainda virá ainda não existe), referem-se a uma presença interior à alma; eles têm alguma realidade apenas para a alma que pensa neles.

O que se percebe pelos sentidos fica registrado na memória e, a partir de então, passa a existir em regime de interioridade. Em outros termos, é regido por uma temporalidade espiritual (da alma). Encontram-se na memória as sensações, imaginações, experiências passadas, ideias.

Assim, o passado consiste no presente do que passou (fora) e está armazenado na memória (dentro). Quanto ao futuro, ele é pensado com base no que há na memória (com base no passado), mas com outra disposição da alma, que Agostinho chama de “expectativa”. E o presente é exatamente o olhar da alma. Aqui, o pensamento de Agostinho é inédito:

“Isto agora é límpido e claro: nem as coisas futuras existem, nem as coisas passadas, nem dizemos apropriadamente ‘existem três tempos: o passado, o presente e o futuro’. (…) Existem, sim, três tempos: o presente das coisas passadas, o presente das coisas presentes, o presente das coisas futuras. (…) [os] três estão de alguma maneira na alma e eu não os vejo em outro lugar: o presente das coisas passadas é a memória, o presente das coisas presentes é o olhar, o presente das coisas futuras é a expectativa.” (Confissões XI).

Portanto, toda experiência humana da temporalidade é regida por uma referência interna, independente da mudança dos corpos. Mas, se o tempo existe internamente, como medi-lo? Se o tempo sempre passa, então não tem duração “espacial”, ou seja, é impossível afixar dois tempos para compará-los, medindo um em função do outro. Dois tempos não são como duas vigas colocadas lado a lado, porque não é possível estabilizar o curso do tempo (ele não é como um traço que conserva seu começo e seu fim).

Resta que medimos o tempo não pela distensão de algo exterior. O que medimos é uma distensão interior: o tempo é distensão da alma. Agostinho mostra dois sentidos de distensão. O sentido mais facilmente reconhecido refere-se à exteriorização exagerada, processo em que a alma habita o mundo exterior e desgasta-se com preocupações e ocupações excessivas, alheias ao regime da interioridade. O outro sentido é tomado por Agostinho do texto bíblico de Josué 10,12. Nessa passagem, Deus para o sol a fim de completar uma batalha virtuosa. Esse texto mostra que o senhor do tempo é o criador onipotente. A referência, portanto, é Deus, e, se a via de acesso a Deus, para os homens, é a interioridade, então será também nessa dimensão puramente espiritual que o tempo admitirá outra velocidade. Nesse sentido, o tempo é medido pela distensão da alma, e não por algo exterior a ela.

A distensão da alma
Ao aproximar-se de seu âmago, o homem converte-se para seu coração, onde a eternidade fala como Princípio, Verbo e Verdade. As ações e reflexões assim direcionadas produzem também uma distensão, outra temporalidade, menos fugidia e menos desatenta, mais ampla e mais concentrada, um preenchimento total, e então o homem tem a experiência de que o tempo reflete a eternidade. Nesse estado o homem pode realizar tantas coisas e tão bem (por não haver distração, nem exageros causados pela falta) que, aos olhos de outros homens, parecerá que o tempo parou para aquele homem agir.

Para pensar essa temporalidade, Agostinho compara a medição humana do tempo com a medição do silêncio na música. Assim, medimos o silêncio como se houvesse som, mas sem haver som; ou seja, medimos não o som, mas certa “extensão” que o silêncio ocupa na alma. Aplicando essa comparação ao tempo, quando o medimos, medimos a distensão mesma do ato de a alma ocupar o tempo, ocupar sua existência e ser presente a si mesma. Explorando o exemplo do canto, Agostinho mostra como o ato de cantar revela o que ocorre em “todas as ações do homem” (Confissões XI):

“Vou entoar uma canção que conheço. Antes de iniciar, minha expectativa se estende totalmente, mas quando começar, tanto quanto eu tiver tirado da expectativa, também minha memória se estende, e a vida desta minha ação se distende na memória (em razão do que cantei) e na expectativa (em razão do que cantarei). Minha atenção também está ali, presente, pela qual o que era futuro é arrastado para tornar-se passado. E quanto mais isso acontecer e acontecer, a expectativa será abreviada e a memória será prolongada, até que toda a expectativa seja consumida, quando toda a ação terminada houver transitado para a memória. E o que ocorre na canção toda também ocorre nas suas partículas singulares, e o que ocorre nas partículas singulares também ocorre na ação mais longa, da qual talvez aquela canção seja uma partícula, e o mesmo em toda a vida do homem, das quais são partes todas as ações do homem.”

Ao cantar uma canção conhecida, o homem sabe o que deverá cantar no futuro e que ainda não foi cantado. Enquanto canta, reconhece o que cantou. No cantar, a alma vive os três tempos e a medida dos tempos e dos silêncios; ela sabe que algumas notas devem ter duração mais breve do que outras, e o mesmo quanto aos silêncios. Para cantar, a alma alarga-se internamente em três tempos e experimenta o tempo mais estável e menos fugidio, mais próxima que está da presença íntima da eternidade. Ao cantar, é menos refém do tempo exterior, que foge vertiginosamente, e mais próxima de si mesma, porque mais voltada à eternidade.

O verso escolhido por Agostinho para ilustrar a métrica do tempo é “Deus creator omnium” (“Deus criador de todas as coisas”). Ao entoá-lo, deve-se respeitar a alternância entre sílabas longas e breves: com o canto, o homem cria o que na exterioridade antes não havia. O cantar é revelado como o ato humano semelhante ao ato da criação, com base no conhecimento simultâneo dos tempos. Por que cantar? Por que senão por generosidade e graça?

Na meditação sobre o tempo, Agostinho propõe adotar o ponto de vista cada vez mais próximo da eternidade-verdade-princípio. Isso se dá por uma depuração do pensamento humano, que, aos poucos, vai se despojando de um referencial exterior. E, embora o homem se equivoque nas respostas que oferece ao pensar a eternidade, isso significa a exposição de parâmetros humanos em vias de depuração. Significa também tomar o homem como portador de um elo fundamental e interior com a eternidade; um vínculo que, se consultado, esclarece os equívocos humanos. Nesse sentido, o tempo é espelho da alma.

O tempo que passa e o tempo que não passa

TAGS: psicanálise

Na Psicanálise, tempo e memória só podem ser considerados no plural

É muito comum pensar no tempo como tempo seqüencial, como categoria ordenadora que organiza os acontecimentos vividos numa direção com passado, presente e futuro, um tempo irreversível, a flecha do tempo, um tempo que passa. Também estamos acostumados a pensar na memória como um arquivo que guarda um número significativo de lembranças, semelhante a um sótão que aloca uma quantidade de objetos de outros momentos da vida, que lá ficam quietos, guardados, disponíveis para o momento no qual precisamos deles e queremos reencontrá-los. No entanto, a forma na qual a Psicanálise pensa o tempo e a memória está muito distante desta maneira de concebê-los. Na Psicanálise, tanto o tempo quanto a memória só podem ser considerados no plural. Há temporalidades diferentes funcionando nas instâncias psíquicas e a memória não existe de forma simples: é múltipla, registrada em diferentes variedades de signos.

Há um tempo que passa, marcando com a sua passagem a caducidade dos objetos e a finitude da vida. A ele Freud se refere no seu curto e belo texto de 1915, A transitoriedade, no qual relata um encontro acontecido dois anos antes, em agosto de 1913, em Dolomitas, na Itália, num passeio pela campina na companhia de um poeta. Ambos dialogam sobre o efeito subjetivo que a caducidade do belo produz. Enquanto para o poeta a alegria pela beleza da natureza se vê obscurecida pela transitoriedade do belo, para Freud, ao contrário, a duração absoluta não é condição do valor e da significação para a vida subjetiva. O desejo de eternidade se impõe ao poeta, que se revolta contra o luto, sendo a antecipação da dor da perda o que obscurece o gozo. Freud, que está escrevendo este texto sob a influência da Primeira Guerra Mundial, insiste na importância de fazer o luto dos perdidos renunciando a eles, e na necessidade de retirar a libido que se investiu nos objetos para ligá-la em substitutos. São os objetos que passam e, às vezes, agarrar-se a eles nos protege do reconhecimento da própria finitude. Porém, a guerra e a sua destruição exigem o luto e nos confrontam com a transitoriedade da vida, o que permite reconhecer a passagem do tempo.

No entanto, no entender de Freud, a nossa atitude perante a morte não implica essa certeza. Se de um lado aceitamos que a morte é inevitável, quando se trata da própria morte tentamos matá-la com o silêncio, desmenti-la, reduzi-la de necessidade à contingência. “No inconsciente, cada um de nós está convicto de sua imortalidade”, afirma Freud, em De guerra e morte: Temas de atualidade. Nada do pulsional solicita a crença da própria morte. Esta só se constrói secundariamente, a partir da morte dos próximos, da dor e da culpa pela mesma. Nem a própria morte nem a passagem do tempo têm registro no inconsciente, afirma Freud.

O tempo do inconsciente não é um tempo que passa, é um “outro tempo”, o tempo da “mistura dos tempos”, o tempo do “só depois”, o “tempo da ressignificação”.

A forma na qual se constroem as lembranças nos mostra isso, assim o explicita Freud em um texto de 1899, As lembranças encobridoras, valendo-se de um exemplo que, embora não revele no texto, é uma lembrança dele mesmo que surge durante umas férias de sua adolescência. Quando Freud tinha 16 anos viajara para Freiberg, sua cidade natal, sendo este o primeiro retorno desde a sua infância. Nesta ocasião, vive uma paixão por Gisela, a primogênita da família que o hospeda. Trata-se de um momento no qual, para Freud, os projetos de futuro estão em jogo: a sobrevivência econômica e o amor. Nesse momento, surge nele uma lembrança infantil: três crianças, entre elas ele mesmo, brincam e colhem flores numa campina verde e coberta de flores amarelas. Formam ramos de flores e os meninos arrancam o que está nas mãos da menina por ser o mais lindo. Ela corre, chorando, até uma camponesa que lhe oferece, para seu consolo, um pedaço de pão. Eles vão também atrás de um pedaço de pão que a camponesa lhes entrega. Nesta lembrança dois detalhes se destacam: a força do amarelo das flores e o sabor do pão, tão acentuados que beiram à alucinação.

O retorno à cidade natal mobilizara em Freud as vivências da infância, reativando marcas mnêmicas, marcas sensoriais de detalhes aparentemente insignificantes – porém fundamentais – que são carregadas pelas lembranças e às quais estas devem a sua vivacidade. Marcas da erotização e também dos lutos, da ausência de objetos. Essas marcas se oferecem como pontos de contato com as fantasias posteriores que sobre elas se projetam, criando pontos de condensação. Assim, duas fantasias que tocam temas fundamentais da vida do jovem Freud – a fantasia amorosa com a moça da família que o hospeda e a fantasia sobre sua sobrevivência econômica – projetam-se sobre a lembrança infantil que lhe faz de tela. O amarelo do vestido que a moça vestia no primeiro encontro faz um ponto de condensação com as flores da infância, intensificando o amarelo das flores da lembrança. Da mesma maneira, a fantasia sobre a sua sobrevivência econômica, através da frase “ganhar o pão”, confere uma intensidade maior ao sabor do pão na lembrança. Fantasias, lembranças e pensamentos de épocas posteriores se enlaçam simbolicamente com as da infância, intensificando, deformando ou transformando a lembrança infantil. Estas lembranças são as lembranças encobridoras.

Mas não é um tipo especial de lembrança que nos interessa e sim a dinâmica psíquica que nela se põe em jogo e que pode ser estendida à construção das fantasias e ao funcionamento geral da realidade psíquica. Neste funcionamento, a memória não é única nem fixa, ao contrário, as lembranças vão sendo construídas num processo de retranscrição. Freud inaugura uma teoria da memória ao afirmar que o material das marcas mnêmicas reordena-se de tempos em tempos, formando novos nexos. Na constituição da lembrança há, portanto, uma mistura de tempos. Os tempos não mantêm uma cronologia, passado, presente e futuro se misturam, se confundem. A lembrança infantil é como um quadro. O espaço do enquadramento é dado pelo próprio texto da lembrança, no qual se combinam traços. Traços que revelam as marcas de erotização e também os processos de luto vividos que deixaram as marcas do objeto ausente. Ou seja, há um passado que se cria e se recria em novas articulações.

Ao assinalar a existência deste outro tempo que é o tempo da ressignificação, Freud distingue o funcionamento do inconsciente do da consciência e rompe com a idéia de uma causalidade linear, de um passado que determina um presente, afastando-se de um determinismo mecanicista. Não procuramos no passado a causa do presente. O que passou se fez realidade psíquica.

A história de um sujeito não é, portanto, uma linha reta, mas é traçada por pontos de condensação nos quais as tramas do vivido se entrecruzam e pulsam,- forçando a presença do passado no atual, resistindo a qualquer linearidade cronológica e construindo uma realidade psíquica que não coincide totalmente com a realidade material.

O tempo do après-coup é um conceito fundamental no arcabouço teórico freudiano. Há acontecimentos da infância que se inscrevem difusamente, marcas psíquicas que ficam informes, indefinidas, à espera de um acontecimento e que só depois adquirem sentido. Temos então a idéia de um passado que não é fixo, mas que se ressignifica no presente.

Nesse “outro tempo” que não respeita a cronologia, nesse tempo do só depois, há movimento – que retranscreve, que articula novos nexos, rearticula as inscrições do vivido – construindo sonhos no dormir, fantasias e pensamentos na vigília. Há movimento das dimensões pulsionais e desejantes que, misturando os tempos, produz novos sentidos. O tempo não passa no sentido do tempo seqüencial, numa direção irreversível, mas, na mistura dos tempos, as marcas mnêmicas nas mãos do “processo primário” condensam-se, deslocam-se e criam novos sentidos.

Mas há também, no psiquismo, uma outra relação entre passado e presente na qual o après-coup parece não operar mais, a imobilidade impera, assim como “eterno retorno do mesmo”, como mera insistência pulsional, fazendo do passado um destino. “Neurose de destino”, dirá Freud. No funcionamento da compulsão de repetição, o pulsional mais puro, sem possibilidade de representação, se encarna no atual, se apossa dele como sombra vampiresca e, no fora da linguagem, perde-se qualquer possibilidade de fazer o luto, de transformar a perda em ausência. Nessa presença da pulsão pura, a expressão “o tempo não passa” ganha toda a sua força.

A diferenciação dos funcionamentos temporais no psiquismo está presente ao longo da obra de Freud, sendo um dos fios importantes da metapsicologia freudiana. As concepções de memória e causalidade psíquica subvertem a psicologia da consciência e são parâmetros básicos que fundamentam a clínica psicanalítica.

Novela TME: episódio 8 - Novos rumos...

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Se houver algum erro, me desculpem. Fiz às pressas!

segunda-feira, 12 de março de 2012

"Uma Utopia"


Não, não estou me referindo ao livro. Apesar do post ser sobre ELE, o título não tem nada a ver. A utopia é, na verdade, a imaginação fértil do nosso caro prof. de português ao imaginar que todos gostaríamos de ler aquela digníssima obra. Querer que toda a turma goste e assimile o conteúdo do livro é mais utópico que a sociedade descrita no nele!

Portanto, para facilitar a vida geral da nação,estou postando um resumo de "A Utopia" que é muito bom. É o que melhor explica os pensamentos e críticas do livro. Lembrem-se, leiam-no. O resumo deve apenas ajudar a assimilar melhor e de forma mais simples! bevakasha!


Clique aqui para ter acesso ao resumo. Enfim, só isso mesmo. ^^

todá rabá, lehitra’ot! Shalom!